À Deriva
Há uma porta que eu poderia abrir
Talvez assim meus passos levassem
O silêncio que tanto me revela
E eu me despiria dos excessos
Dos gestos que ardem as mãos
Cansa-me esta leitura hipotética
Que insistem em fazer de mim
Como se essa suposta serenidade
Fosse prêmio e não tortura
Desconhecem em mim, os clamores
O açoite da renitente procura
O peso da invisível mordaça
O fugir dos olhares a caminho algum...
© Fernanda Guimarães
Dos gestos que ardem as mãos
Cansa-me esta leitura hipotética
Que insistem em fazer de mim
Como se essa suposta serenidade
Fosse prêmio e não tortura
Desconhecem em mim, os clamores
O açoite da renitente procura
O peso da invisível mordaça
O fugir dos olhares a caminho algum...
© Fernanda Guimarães
Sonhando-me em teu Olhar
Acalentando saudades
Nesta noite em que te abraças
Ao reflexo da tua solidão
Abriga-te a incerteza
De poder ver-te em meus olhos
Voltas-te ao céu repetidas vezes
Passos dispersados ao vento
Mãos descrentes e súplices
Supondo-me ausente
Pairas entre lembranças
Enquanto todas as estrelas
Despem-te da penumbra do teu rosto
Talvez busques a razão nítida de tudo
Quando me abres a porta do sonho
E todos os teus gestos confessam
A tua espera e este amor
Que me pronunciam em teu corpo
Reclamando-te a minha posse
À tua volta, o mar azul bramindo
Sobre as vagas, o teu pensamento
E a aparente recusa do meu tempo
Que pensas não te pertencer
Não há longe, onde me imaginas
Se é em teu peito que repouso
É nele onde me deito
Lânguida e esquecida de mim
É teu coração que alicia meus silêncios
Deixando pulsar em ti
A caligrafia dos meus segredos e sonhos
© Fernanda Guimarães
Despertando para teu Amor
Matizas o meu despertar
Com filigranas do teu amanhecer.
Deleita-se o meu olhar
Na súbita claridade da manhã,
Que rútila abraça o mar.
Espreguiça-se o dia no espelho d’água
Entre sorrisos e ondas,
À espera da paisagem nua do azul.
Flutua na concha do silêncio
Os sons que acordam o alvorecer
E em mim todo o universo se descobre.
Guia-me a brisa no espalmar do horizonte
Em rotas que não mais sugerem solidão.
Parto do exílio da espera
E é no teu olhar
Limiar de toda essa saudade
Que desembarca o meu destino.
© Fernanda Guimarães
Natal, 30 de agosto de 2009
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