Poema ao Amor Nascente -

Aqui, onde se cruzam saudades e palavras
É o olhar que te conduz até mim
É farta a memória para te soletrar
No mais íntimo caminho dos meus silêncios
À beira do refúgio de todos os pensares
A lassidão do inconfesso, do jamais dito
E todo o mistério do coração
Que me suscita a inevitável entrega

Não temo, nunca temi o êxtase da emoção
Apossando-se de qualquer prudência
Apetece-me o afeto, o sorriso da pele
Toda ternura e o delírio imprevisível
Nenhum instante se eterniza
Se nos falta a coragem para vivê-lo
Levo aos lábios o cálice deste amor
E anuncio-te à voz que se fazia afônica
Emudecida por teus senões e hesitações
É mesmo a realidade que liberta o sonho


Publicado no Recanto das Letras em 03/11/2008
Código do texto: T1262844

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu Comentário