Nuvens dos olhos meus, de altas chuvas paradas,
- por chãos de adeuses vão-se os dias em tumulto,
em noites êrmas e saudades longe morre.
Sem testemunha vão passando as horas belas.
Tudo que pôde ser vitória cai perdido,
Sem mãos, sem posse, pela sombra, entre os planêtas.
Tudo é no espaço - desprendido de lugares.
Tudo é no tempo - separado de ponteiros.
E a bôca é apenas instrumento de segredos.
Por que esperais, olhos severos, grandes nuvens?
Tudo se vai, tudo se perde, - e vós, detendo,
num prêso céu, fora da vida, as águas densas
de inalcançáveis rostos amados!
Cecilia Meireles
in Solombra
- por chãos de adeuses vão-se os dias em tumulto,
em noites êrmas e saudades longe morre.
Sem testemunha vão passando as horas belas.
Tudo que pôde ser vitória cai perdido,
Sem mãos, sem posse, pela sombra, entre os planêtas.
Tudo é no espaço - desprendido de lugares.
Tudo é no tempo - separado de ponteiros.
E a bôca é apenas instrumento de segredos.
Por que esperais, olhos severos, grandes nuvens?
Tudo se vai, tudo se perde, - e vós, detendo,
num prêso céu, fora da vida, as águas densas
de inalcançáveis rostos amados!
Cecilia Meireles
in Solombra
Oi!
ResponderExcluirTomei a ousadia de copiar este poema de Cecilia Meireles, mas irei posta-lo no blog Outros Olhares:http://outrosolharesnovos.blogspot.com/ e depois no Blogue dos Poetas.
Antecipo meu agradecimento.
Luis